...... Fanfiction - Como num Sonho - Cap. 6



Compensando a falta de sábado^^,
Mais um capítulo da Fanfiction "Como Num Sonho" !

________________________________________

Como Num Sonho

Sinopse:
Ele sempre estava lá, sempre olhando para o mar tortuoso, sempre de costas para mim, sempre nas sombras, só me era permitido ver seu perfil. Ele apenas ficava lá, parado, apenas seus cabelos se moviam ao vento. Eu não sabia quem ele era, eu não conhecia seu rosto, mas de alguma maneira indecifrável, eu o amava.

Classificação: +16
Categorias: Naruto
Gêneros: Amizade, Darkfic
Avisos: Álcool, Heterossexualidade
Personagens: Hyuuga Hanabi, Hyuuga Hiashi, Hyuuga Hinata, Uchiha Itachi, Uchiha Madara, Uchiha Sasuke, Uzumaki Naruto.
 ________________________________________
Para você que quer ler os primeiros capítulos, basta clicar nos banners abaixo, logo depois ler as instruções: 







Instruções
Algumas fanfictions tem personagens de diversos mangás e animes misturados, outros apenas do mesmo autor.
Cada fanfiction vai vir com informações gerais sobre idade, classificação, autor e afins.
A cada Fanfiction terminada, iniciaremos outra pra mantermos sempre os sábados com histórias, ok?

Aproveitem a leitura! ^^,  

________________Capítulo 6 _______________
"paixão"

 Lá estava ele novamente, e lá estava eu, parada, olhando para ele. Eu podia sentir a areia sob meus pés e o vento castigando meus cabelos longos. Como sempre, ele observava o mar, sempre naquela tempestade horrível. Eu mal podia vê-lo por causa da chuva, tudo o que eu podia ver era que ele estava usando seu habitual sobretudo preto, estava com as mãos nos bolsos e não parecia se importar com o vento tentando derrubá-lo ou com a chuva que caia pesadamente sobre seus ombros. Poderia estar sol, e ter apenas uma brisa leve... não faria diferença para ele, ele não se importava. Eu sabia, em algum lugar dentro do meu âmago, que ele sofria e eu queria tirar a dor dele, queria curá-la, queria que ele se virasse para mim e que pudesse abraçá-lo e dizer o quanto eu já o amava. Queria Saber das coisas que importavam para ele, queria me tornar parte disso, queria que ele chorasse no meu ombro e queria fazê-lo sorrir, mas eu tinha a impressão, de que não seria tão fácil. Ele nunca me permitiria entrar fácil assim em seu coração e revelar os seus segredos. Eu tinha certeza, aquele garoto, ele ia me fazer sofrer. Era um fato. Era inegável. Ele já fazia isso.
       - Hei! – gritei, mas minha voz foi abafada pelo barulho da chuva. – Heei! Você! – tentei novamente, me aproximando um pouco.
       Ele moveu a cabeça levemente, como se eu o tivesse feito despertar de um sonho profundo. Seu rosto se virou para mim e então, assim que me viu, ele sorriu.
       - ONEE-CHAN! – Alguém me chacoalhou.
       ‘Baka!’ minha mente protestou.
       Resmunguei tentando inutilmente voltar para o meu sonho, mas fui chacoalhada novamente.
       - Acoooorda! – a voz exigiu.
       Abri os olhos, irritada.
       - FIQUE QUIETA! – eu gritei para Hanabi.
       Ela caiu sentada no chão por causa do susto.
       - Você é tão rude de manhã... – ela se recuperou ficando de pé.
       - Hoje é domingo, Hanabi. Eu não tenho aulas aos domingos, portanto, eu não acordo cedo nesse dia. - eu expliquei fechando os olhos e puxando o cobertor mais para mim.
       - Mas papai mandou você acordar. Você tem visita. – abri os olhos, espantada.
       - Visita? – pensei alto demais.
       Ela assentiu.
       - Sasuke-kun. – sorriu – Ele está com papai lá embaixo, esperando por você.
       - Por... mim? – corei - Por quê? – perguntei ansiosa me pondo de pé.
       - Como vou saber? – ela deu de ombros.
       - Que estranho... – eu parei pensando por um momento.
       - Ele esta esperando, onee-san... – ela me lembrou.
       Fui para o banheiro. Lavei o rosto e escovei os dentes. Voltei para o quarto e abri meu guarda-roupas. O que deveria usar? ‘Nada muito chamativo’ pensei comigo mesma. Escolhi um short preto e uma blusa larga, branca que deixava meu ombro a mostra assim como a alça do sutiã preto. Era como eu me vestia em casa, e eu não estava esperando por uma visita e não queria que ele pensasse que eu estaria toda produzida para ele. Já era constrangedor demais ter que ouvir as insinuações do meu pai.
       Enquanto descia as escadas, me lembrei que não tinha penteado os cabelos, então o penteei rapidamente com os dedos, apenas para tirar os nós mais feios, meu cabelo liso não exigia muito mais que isso, não tinha volume nem forma. Eu gostava assim.
       Quando eles entraram no meu campo de visão, notei o motivo pelo qual ele estava ali. Meu caderno roxo com borboletas escuras estava sobre a mesa à frente dele.
       Fiz um barulho proposital para que notassem minha presença e imediatamente o rosto dele se virou. Desviei meus olhos para que os seus não encontrassem os meus. Eu tinha um certo medo daqueles olhos frios e indiferentes.
       Meu pai se levantou.
       - Bem, vou deixá-los conversarem. Tenho que resolver um assunto... Vou estar no meu escritório... – ele disse.
       Sasuke se levantou também.
       - Desculpe tê-lo prendido aqui, Hiashi-sama... – ele se desculpou.
       Meu pai olhou para ele satisfeito e sorriu.
       - Foi um prazer lhe fazer companhia na ausência de Hinata. – ele disse indo embora.
       Quando meus olhos encontraram os do meu pai eu reconheci aquele brilho. Aquele brilho que dizia: ‘Case-se com ele!’.
       Sasuke era o tipo de pessoa que meu pai considerava perfeita. Rico, bem educado, de uma família reconhecida e não ficava se gabando disso. Ele era, segundo meu pai, o genro perfeito. O que era perfeitamente normal. Muitas pessoas consideravam Sasuke ideal, digo isso pensando em todas aquelas garotas que babavam por ele e o perseguiam quase a todos os lugares.
       Me sentei e ele me imitou. Um silêncio sem-graça reinava entre nós.
       - Sasuke-kun...
       - Vim te trazer o seu caderno. – ele se explicou rapidemente – Você tinha esquecido na empresa... Itachi teve que voltar lá por causa de um imprevisto então...
       Recolhi o caderno e abracei o objeto, meio sem-graça.
       - Obrigada. – eu disse sentindo meu rosto corar um pouco.
       Fez-se silencio.
       Ele ficou me observando por algum tempo, sabia disso porque quando ergui meus olhos, encontrei os dele. Ele mordeu levemente o lábio e então olhou para o assento vago ao seu lado. Eu conhecia aquela reação, ele iria começar a se despedir.
       - Como está? – perguntei sem querer que ele partisse.
       Seus olhos voltaram para mim um pouco surpresos e eu mordi o lábio, constrangida. Apenas não queria que ele fosse embora daquele jeito, queria que fossemos amigos de alguma maneira.
       - Bem. – ele disse – E você, Hinata-san?
       Hinata-san. Sempre daquela sua maneira formal. Me senti um pouco triste por isso, pela distancia que ele insistia em deixar entre nós.
       - Bem... – eu disse comprimindo os sentimentos dentro de mim ao apertar meu abraço em torno do caderno.
       Ele uniu as sobrancelhas.
       - Mesmo? – perguntou, mas desviou os olhos como se estivesse tendo uma batalha interna consigo mesmo.
       Suspirei. O que eu diria? Que estava magoada por ele impor aquela barreira?
       - Mesmo – tentei sorrir, mas não fui muito convincente.
       Ele me lançou um longo olhar, analisando minhas expressões, e é claro que notou que eu estava apenas despistando-o. Mas ele não insistiu como eu queria que fizesse.
       Sasuke olhou para o teto por um momento e respirou fundo.
       - Deve estar se perguntando por que eu vim hoje se poderia lhe devolver o caderno amanhã, não é? – ele olhou para mim meio sem graça.
       Corei intensamente.
       - N-não... e-eu...
       Ele sorriu um pouquinho e eu relaxei.
       - Tem um bilhete para você aí – ele apontou o caderno que ainda estava colado ao meu peito. – Do Naruto.
       Franzi o cenho, abri o caderno, curiosa e encontrei um pedaço de papel.

‘Hinata-chan, Gostaria que me encontrasse no parque de diversões da cidade, hoje à noite. Estarei esperando por você perto da roda gigante às oito horas da noite. ’

       - Eu não sei o que ele escreveu, mas ele me chantageou para vir, então...
       Fechei os lábios que estavam entreabertos e ergui os olhos para ele.
- Naruto me convidou para ir ao parque de diversões... – contei.
Ele ergueu as sobrancelhas sem entender o que isso tinha a ver com ele.
- Espero que se divirtam juntos... – disse.
Eu o fitei.
- Significa que você não vai?
O canto de seus lábios se curvaram e ele desviou os olhos como se curtisse uma piada interna.
- Não fui convidado.
- Me acompanharia?
- Naruto ficaria bravo.
- Meu pai só aprovaria se você fosse.
Ele pousou seu olhar em mim, um olhar analítico, frio, me fez hesitar.
- Por que quer que eu vá? – perguntou.
Corei.
- Não eu... eu só... quer dizer... você e Naruto são amigos, então...
Seu sorriso me fez parar de falar, um sorriso sincero e bonito com alguma malicia escondida nele, os dentes brancos perfeitamente alinhados à mostra.
- Não me parece um passeio entre amigos. – ele disse por fim e se levantou – Naruto não quer que eu vá, deixou isso explicito ao não me deixar saber sobre o que escreveu.
Fiquei sem resposta.
- E eu odeio parques de diversão. – ele disse por fim, como quem diz: ‘Passe bem!’
       Suspirei me levantando.
       - Certo. Vou acompanhar você até o portão.
       - Obrigado.
       Eu o acompanhei pela porta e depois até o portão em silêncio.
       - Até mais, Hinata-san. – ele se despediu já de costas para mim.
       - Sasuke? – ele parou. Olhei para os meus pés. – hm... Obrigada.
       - Não tem de quê, Hinata-san – ele recomeçou a andar.
       - Sasuke? – chamei de novo.
       Novamente ele parou e virou levemente o rosto para demonstrar que estava ouvindo. Corei e voltei a olhar para os meus pés.
       - Não precisa me chamar de Hinata-san... – eu disse meio baixo e olhei para ele ansiosa para ver sua reação. Mas ele apenas pareceu pensar consigo mesmo, deu de ombros, colocou as mãos nos bolsos e recomeçou a andar.
       Eu queria correr até ele e chacoalhá-lo. Por que ele agia assim? Sempre frio, como se nada importasse, como se eu não tivesse sentimentos, como se ninguém os tivesse. Às vezes, apenas agindo naturalmente, ele me irritava.
       Fiquei olhando para as costas dele, torcendo para que tropeçasse, mas ele não tropeçou nem olhou para trás.
       Esse era Uchiha Sasuke. Nunca se permitia ter laços com alguém, nunca faria algo errado, nunca se deixaria distrair, nunca voltaria atrás de uma decisão. Essa era a imagem que ele me passava, e por mais ridículo que fosse, eu não conseguia simplesmente não gostar dele, mas ele não era do tipo que se importava com coisas como sentimentos. Ele era totalmente invulnerável. Ele dava uma impressão de segurança tão forte que era como se nenhum bandido fosse capaz de assaltá-lo, como se ninguém pudesse fazer mal à ele. Talvez fosse essa a razão inexplicável para ele ser um imã de garotas, elas sentiam que ele poderia protegê-las de tudo, mas estavam erradas, ele não podia protegê-las dele mesmo, ele as magoaria com sua frieza e invulnerabilidade e arrasaria seus corações sem se importar. Mas não era só isso... Sasuke tinha todas as qualidades que se procura num homem e todos os defeitos que o tornam impossível. Ele era inalcançável e indubitavelmente lindo, o que o fazia parecer uma espécie de príncipe encantado, alguém que quando escolhesse sua princesa todas a invejariam.
       Balancei a cabeça para afastar esses pensamentos, não queria ficar meditando sobre como eu o via ou como as garotas o viam, isso me deixaria louca, eu não queria me deixar louca, eu ainda tinha o controle sobre mim mesma, e é assim que eu gostaria de continuar, pensar em Sasuke... isso era problemático demais para minha mente.
       Voltei para dentro de casa olhando o bilhete de Naruto.
       Ele tinha uma letra feia, um garrancho horrível, parecia mais um código. Eu tinha facilidade com códigos, se não, como poderia ler os bilhetes de meu pai ou da minha irmã?
       - E então? – Meu pai me pegou na metade do caminho para o meu quarto.
       - O que? – tentei disfarçar o rubor, unindo as sobrancelhas.
       - Como foi sua conversa com Sasuke-kun?
       - Já esta chamando ele de Sasuke-kun? – arqueei uma sobrancelha.
       - Não mude de assunto, Hinata!
       Suspirei.
       - Ele me devolveu meu caderno e foi embora. – dei de ombros.
       - Ele poderia te devolver o caderno amanhã...
       - Ele sabia que eu tinha alguns deveres pendentes... – pensei rápido.
       Meu pai me analisou desconfiado por um momento e então passou por mim sem dizer nada.
       - Pai? – chamei.
       Ele parou e se virou.
       - Hinata?
       - Eu... – comecei a brincar com meus dedos – estava pensando... será que eu poderia ir ao parque de diversões hoje, mais tarde...? – perguntei.
       Ele sorriu.
       - Com Sasuke-kun? – perguntou esperançoso.
       - Hm, na verdade, eu estava pensando em ir sozinha...
       - Se queria ir, por que não o convidou? – ele pareceu indignado
       - Ele tinha uma coisa importante para fazer mais tarde... – menti – Ele ia encontrar Sakura e... – tentei parecer natural.
       - Sakura? – meu pai deu um passo na minha direção com as sobrancelhas unidas.
       - Haruno Sakura – eu disse – Eles são namorados, não sabia?
       Ele pareceu decepcionado.
       - Entendo...
       - E então? Você me deixa ir?
       - Chame Neji, então. – ele me deu as costas.
       - Mas... – tentei protestar.
       - Não vou te deixar ir sozinha ou com alguém que eu não conheça bem – ele me interrompeu virando a esquina do corredor.
       Suspirei. Que ótimo!


       As seis e meia, Neji estava na sala, conversando com meu pai enquanto eu me arrumava. Coloquei uma calça jeans justa, uma blusa branca larga, meu tênis converse e prendi minha franja de lado. Ele me olhou admirado quando desci para me juntar a eles.
       - Vamos? – perguntei.
       Neji assentiu e se levantou apertando a mão de meu pai.
       - Traga ela de volta antes das dez – meu pai instruiu ainda emburrado por Sasuke tê-lo decepcionado.
       - Claro Hiashi-sama.
       Meu pai nos acompanhou até a porta e nos observou entrar no esportivo de Neji. Um carro bonito, eu não sabia o nome, mas era um modelo bem atual.
       Me lembrei do impala 67 de Itachi. Aquele sim era um carro bonito, a pintura preta reluzente com a classe dos anos 60-70, os Uchiha tinham bom gosto, com certeza.
       - Estou feliz que tenha decidido sair comigo novamente – Neji disse enquanto ligava o carro. – vai ser divertido. – ele prometeu.
       Era que eu esperava, assim que conseguisse me livrar dele.

       Nós chegamos, Neji pagou nossas entradas e logo eu o puxei para ir a alguns brinquedos que o fariam vomitar, instigando-o a comer algo antes. Não foi difícil. As oito horas eu estava parada na fila da roda gigante e Neji já estava meio esverdeado ao meu lado.
       - Tem certeza de que esta bem, Neji-kun? – perguntei inocentemente.
       - Hurum – ele disse se contendo.
       Reprimi um sorriso.
       - Olha só quem eu encontro aqui! – Ouvi uma voz conhecida.
       Me virei e encarei Naruto com um sorriso como o dele, um sorriso que me vinha naturalmente toda vez que ouvia sua voz.
       - Naruto-kun! – eu o beijei no rosto.
       Ele sorriu mais largamente, se é que isso era possível.
       - Você. – Neji arqueou uma sobrancelha.
       - Uzumaki Naruto. – o loiro o corrigiu.
       Uma garota um pouco atrás de Naruto pigarreou. Foi só aí que notei a garota de cabelos castanho-escuro presos em dois coques com fitinhas vermelhas, um de cada lado da cabeça, com uma franja dividida no meio, ela tinha olhos gentis, mas eu sentia que era uma garota forte, decidida e muito bem resolvida.
       - Ah, desculpe – Naruto coçou a cabeça sem graça – Hinata, esta é Tenten, uma amiga minha. Tenten, esta é a Hinata...
       - Aquela de quem você vive falando? – ela perguntou deixando-o sem graça. E então olhou para Neji. – E você...?
       - Hyuuga Neji. – ele se apresentou com um olhar estranho.
       - Prazer. – Ela sorriu.
       - E então? Estão na fila para a roda gigante? – Naruto perguntou.
       Assenti. Querem nos acompanhar?
       Ele sorriu.
       - É claro.
       Nós ficamos os quatro na fila conversando animadamente, até mesmo Neji se soltou um pouco.
       Tenten tinha a idade dele, mais velha que eu, era madura, sabia o que queria, fazia faculdade de turismo e hotelaria e os dois começaram a falar de assuntos relacionados à como era administrar um hotel e coisas da faculdade...
       Quando chegamos no inicio da fila, o homem que cuidava do brinquedo nos dividiu em dois grupos. Tentamos dizer a ele que estávamos todos juntos, mas ele não nos deu ouvidos, Neji e Tenten que estavam na frente foram obrigados a entrar na cabine e foram rapidamente trancados nela pelo homem.
       - Tenham um bom namoro... – o homem desejou a eles.
       Um casal entrou na nossa frente sem querer, mas eu notei quando o homem do brinquedo piscou para Naruto e este sorriu em retribuição.
Nós entramos na próxima cabine. Sozinhos.
       - Você conhece as pessoas que trabalham aqui? – perguntei desconfiada.
       Ele sorriu sem graça.
       - Percebeu, não é? Bem, eu vinha muito a este lugar... Jiraya sempre me deixava aqui, me divertindo enquanto ele ia fazer pesquisas para seus livros... – ele parou de sorrir.
       - Quem é Jiraya?
       - Ele era meu padrinho...
       - Sinto muito...
       - Deixa pra lá. – ele sorriu. – vamos nos divertir hoje.
       Não consegui deixar de sorrir também, sua alegria era contagiante, era acolhedor estar com ele, me sentia como se nada pudesse me magoar enquanto ele estivesse ao meu lado.
Naruto passava uma espécie de segurança, mas era diferente de Sasuke, uma segurança completa, confortável, como se nada pudesse acontecer com ele porque aquele sorriso afastaria qualquer nuvem negra, qualquer mal enquanto que seu amigo atraia a escuridão, fazia estar com ele ser um desafio, uma aventura, passava a certeza de lutas seguidas de vitorias quentes, mas o loiro ao meu lado, ele era a certeza de que o amanhã seria ensolarado para sempre.
       - Como foi seu almoço com Sasuke ontem? – ele perguntou casualmente, me tirando dos meus devaneios.
       - Nós apenas comemos juntos depois de fazer o trabalho...
       - Não conversaram sobre nada?
       - Nada. – menti.
       - Hm – ele olhou para a vista lá fora. – Foi o que ele disse, mas não acreditei.
       - Ele é seu amigo, não mentiria para você, certo? 
       - Ele é reservado demais. – ele uniu as sobrancelhas.
       - Ele só é... hm... sim, ele é bem reservado. – tive de concordar
       Naruto sorriu divertido.
       - Sasuke é meu melhor amigo, é como um irmão, mas não sabe lhe dar com as pessoas... Meio anti-social, meio punk demais...
       - Acho – eu o interrompi – que ele apenas não quer lhe dar com as pessoas, pode se dar bem se quiser... Foi assim que ele conquistou meu pai. – sorri.
       Ele me olhou pensativo.
       - Tem razão... – ele sorriu novamente – Mas ele não estava fingindo com seu pai, sabe? Ouvi Itachi e ele conversarem sobre negócios e ele citou Hiashi-sama algumas vezes, repetindo algo que ele tinha lhe dito... – Naruto uniu as sobrancelhas – Seu pai não reparou nas roupas dele? As roupas de Sasuke espantam qualquer pai...
Ri.
- Por quê? Ele só costuma usar calças pretas...
- Calças pretas, camisetas de banda, cintos de taxa... – Naruto contabilizou – Um punk, deveria avisar seu pai. – arqueou uma sobrancelha para mim.
- Não fale mal dele, Naruto-kun, ele lhe fez um favor hoje, não foi? – lembrei.
- Um favor? Um favor muito caro! Fiquei devendo a ele uma bela noite no Fliperama do Boo. – ele sorriu.
       - Fliperama?
       Não conseguia imaginar Uchiha Sasuke se divertindo num fliperama.
       - É, é um lugar que ele freqüenta bastante... Sempre ganha um bom dinheiro quando vai lá. Isso quando não é algo melhor...
       Sorri
       - Não consigo imaginar...
       - Isso porque você esta imaginando um lugar alegre, com musica e pessoas descentes. – Naruto olhou para mim sério – O Fliperama do Boo é um lugar sombrio, cheio de motoqueiros, viciados... gente de todo tipo, o rock toca 24 horas por dia lá, é escuro, e cheio de mesas de jogos. Apostam tudo... dinheiro, apartamentos, carros... Não entendo como alguém pode gostar daquilo. Cheira a cigarros. – franziu o nariz.
       - Itachi sabe que Sasuke freqüenta esse lugar? – eu estava ficando preocupada
       - Claro. Mas o acordo entre os dois é que Sasuke pode fazer o que desejar desde que isso não interfira na vida de Itachi...
       - Eles têm um relacionamento estranho...
       - É verdade, ainda nem me acostumei totalmente... – bagunçou os cabelos.
       - Vocês são tão opostos... – eu disse mirando a paisagem – não sei como conseguem serem amigos.
       Ele deu de ombros.
       - Também não sei...
       Era hora de parar de falar de Sasuke, o fato de ele freqüentar lugares como Naruto descrevera já era bastante perturbador... o que o tornava ainda mais misterioso e irresistivelmente atrativo. 

       Acabamos nos perdendo de Neji e Tenten quando saímos da roda gigante, o que foi maravilhoso considerando que eu estava livre do meu primo. Era muito mais divertido estar na companhia de Naruto.
       Comemos algodão doce, andamos na montanha russa e em todos os brinquedos possíveis. Então, logo estávamos cansados.
       - Você quer? – ele me ofereceu sua pipoca.
       - Não, obrigada. – sorri.
       Olhei no meu relógio. 21:40 e nem sinal de Neji.
       - Onde será que eles foram? – perguntei meio preocupada.
       - Não faço idéia. – ele deu de ombros – Quer conferir no estacionamento?
       Assenti.
       Ele me acompanhou até lá fora. O carro de Neji estava lá, mas nem sinal dele ou de Tenten. Olhei para Naruto que comia sua pipoca despreocupadamente.
       - Você não se preocupa com sua amiga?
       - Ela já é bem crescida... 
       Suspirei.
       O vento bateu forte e eu senti finalmente a temperatura daquela noite. Estava frio, bem frio. Esfreguei as mãos nos braços me abraçando numa tentativa de me aquecer e então eu senti a blusa de Naruto nos meus ombros. Olhei para ele grata.
       - Não se preocupe, eu não sinto frio. – ele sorriu.
       Retribui seu sorriso.
       - Foi uma das melhores noites da minha vida. – eu confessei.
       Ele sorriu satisfeito, se aproximou e me abraçou.
       - Pra mim também.
       Senti um arrepio estranho percorrer todo meu corpo e ele deveria ter sentido o mesmo, pois hesitou se afastando lentamente. Nossos olhos se encontraram e aproximamos nossos rostos como se por um impulso.
       Quando seus lábios quentes tocaram os meus eu me senti viva, como se tivesse perdido anos e agora os tivesse recuperado, eu estava completa, mas... vazia. Um vazio quente, um vazio que não incomodava tanto quanto deveria, um vazio sem dor. Tentei preencher o vazio com aquele beijo, intensificando-o, e senti que o queria, que o desejava, mas o vazio estava lá, estaria sempre, não havia cura para aquele vazio.
       Me afastei. Não podia sentir aquilo, eu amava outro, eu amava aquele estranho que atormentava minhas noites, eu o amava com todo meu coração, mas minha mente, minha mente queria Naruto, meu corpo o queria também e eu não consegui resistir quando ele voltou a colar seus lábios nos meus, delicadamente, cheio de desejo e aquele sentimento muito parecido com amor. 

> fim do sexto capítulo      



0 comentários:

Postar um comentário

:a   :b   :c   :d   :e   :f   :g   :h   :i   :j   :k   :l   :m   :n   :o   :p   :q   :r   :s   :t :u :v :x